A Agência Internacional de Energia (AIE) apresentou em seu relatório anual, que faz uma retrospectiva de 2017, bem como suas previsões para os próximos anos, até 2022, o que destaca que a energia solar fotovoltaica é o futuro, além é claro, do nascimento da nova era da energia solar fotovoltaica
A apresentação destacou que a energia solar fotovoltaica teve um crescimento de 50% durante 2017, em comparação com 2016. A China é o país que mais contribuiu para esse desenvolvimento.
Pela primeira vez, a energia solar fotovoltaica teve um crescimento de produção maior do que o carvão. E é apenas o começo, já que até 2022 o uso de energias renováveis deverá chegar a 1000 GW, o mesmo que dizer que será metade da produção das atuais usinas térmicas, que levaram quase 80 anos para ser construída.
Heymi Bahar, da AIE, diz que “Vivemos o nascimento de uma nova era no mundo da energia solar fotovoltaica, e seu crescimento será maior do que qualquer outra tecnologia até 2022”.
Em termos de produção de eletricidade, espera-se que o uso de energia renovável cresça mais de um terço até 2022, excedendo 8.000 horas de TW, o que equivale ao consumo total de eletricidade da China, Índia e Alemanha combinados.
Quando essa meta for atingida, a energia limpa será responsável por 30% da produção de energia, superando 24% em 2016. A energia renovável terá um crescimento maior do que o gás e o carvão juntos. Embora o carvão tenha permanecido como a principal fonte de produção de eletricidade em 2022. Mas em apenas 5 anos a energia renovável produzirá metade da eletricidade que o carvão não pode produzir, acabando com o déficit de produção.
3 fatores que levam à mudança de paradigma das energias renováveis.
Segundo a AIE, 3 fatores são responsáveis pela mudança de paradigma na energia renovável, em especial a energia solar fotovoltaica.
- Cerca de 7 milhões de mortes prematuras por ano devido à poluição.
- Aumento perigoso na temperatura média do planeta, acima de 2,7oC, se mantiver as políticas atuais.
- Cerca de 1,5 milhão de pessoas que não têm acesso a nenhuma eletricidade.
O problema de saúde é particularmente preocupante na China, por isso visam transformar seu sistema energético, apostando em energia renovável.
Com certeza, a China é líder em expansão de energia renovável, com um aumento esperado de 360 GW em sua capacidade de produção, representando apenas 40% da produção mundial.
Além disso, a China já ultrapassou sua meta de produção de eletricidade com energia fotovoltaica, que deveria ser alcançada até 2020, ou seja, atingiu a meta três anos antes.
Apesar disso, este relatório, sobre energia renovável 2017 lançado pela AIE, reconhece que o contínuo corte nos subsídios para energia renovável e a dificuldade de integração da rede são os maiores desafios para a China.
A capacidade de produção de energia renovável pode aumentar em 30% se o governo decidir resolver os problemas já identificados. Assim, até 2022, eles poderiam ter um total de 1150 GW de energia solar fotovoltaica e eólica instalada, o que tornaria a China o maior produtor mundial de eletricidade limpa.
Ásia e África Subsaariana – falta de eletricidade.
Um dos maiores problemas na Ásia e na África Subsaariana é a falta de fornecimento de eletricidade. Mas a AIE diz que esse problema será resolvido nos próximos anos com novas tecnologias renováveis, como a energia solar fotovoltaica.
O relatório fornece uma análise detalhada de como esses países podem aproveitar a energia solar. Tanto a África quanto os países em desenvolvimento asiáticos podem aproveitar a energia solar fotovoltaica, aumentar a produção em mais de 3000 MW até 2022, de instalações industriais, sistemas fotovoltaicos domésticos e redes de fornecimento de eletricidade financiadas pelo governo, bem como iniciativas do setor privado.
Mas, claro, esta é apenas uma recomendação da Agência de Energia! Mas se eles se candidatarem, eles serão capazes de garantir eletricidade a quase 70 milhões de pessoas nos próximos 5 anos!
Implicações da política de Donald Trump.
As incertezas sobre as políticas ambientais e energéticas de Donald Trump nos deixam preocupados. Também para os especialistas da AIE.
Se Donald Trump continuar sua política, os Estados Unidos não se beneficiarão mais de sua posição vantajosa, se abandonarem tais políticas, então será o segundo mercado que mais cresce, depois da Índia, cujo crescimento em energia renovável superará a Europa até 2022.
Quanto à China, continuará a ter seus principais motores em energia eólica e solar, graças principalmente aos incentivos estatais. Mas a incerteza sobre as reformas tributárias e o comércio internacional, bem como as políticas energéticas, pode ter implicações para a economia em relação à energia renovável, e mudaria seu desenvolvimento durante o período designado.
A Índia tem previsões mais otimistas, à medida que a situação financeira de suas empresas de energia melhora, também resolvendo problemas de integração de rede. Assim, em 2022, espera-se que a Índia dobre o crescimento de sua atual capacidade de produção de energia renovável.
A energia fotovoltaica e eólica é 90% da capacidade de eletricidade renovável da Índia, principalmente porque os leilões de eletricidade têm os preços mais baixos do mundo.
Se esse caminho continuar, a Índia permanecerá perto dos EUA em termos de crescimento de energia renovável, sendo o segundo maior mercado de crescimento, logo após a China.
Desaceleração na Europa.
Quanto aos países europeus, as previsões de crescimento serão 40% menores em relação ao período anterior. Mas ressalta que entre todos os países europeus, destaca-se a Dinamarca, e em 2022 será líder mundial na produção de eletricidade a partir de energia renovável, ou seja, com 70% de sua produção.
Outros países, como Irlanda, Alemanha e Reino Unido, essa porcentagem será de apenas 25%! Valor relativamente baixo, pois são um dos países mais ricos da Europa.
Futuro dos veículos elétricos.
A Agência dedicou um capítulo à mobilidade elétrica, observando que, no geral, espera que o consumo de eletricidade por esses veículos dobre até 2022, mas que será apenas 1% da energia total produzida por energia renovável.
Assim, a participação da energia renovável no consumo total de energia no setor de transportes permanece baixa. Com uma evolução de 4% em 2016 e em 2022 é esperada uma evolução de apenas 5%. Será preciso um milagre para esses números subirem!
Sistemas de aquecimento e resfriamento.
Os edifícios de aquecimento e resfriamento são responsáveis por boa parte das emissões globais de dióxido de carbono. Este é o maior desafio enfrentado por este setor, deixando de lado a energia a carvão e apostando em energia renovável.
É uma aposta já feita, mas lenta, em 2015 foi de 9% e deve ser de 11% em 2022. Para melhorar esses valores, o setor da construção terá que fazer sua parte, apostando em energia renovável e, assim, construir edifícios mais sustentáveis e ecológicos.
Mas estamos realmente presenciando o Nascimento da Nova Era da Energia Solar Fotovoltaica? Deixe seus comentários.