Se o aquecimento global acabasse por destruir muitos dos ambientes naturais, em que as pessoas tentaram proteger com tanto esforço, a verdade sobre energia solar, eólica, fóssil e nuclear.
Pensariam que as soluções técnicas eram muito mais simples, painéis solares em todos os telhados, carros elétricos nas ruas, mas os principais obstáculos eram políticos.
Elon Musk
Por isso, ajudei a organizar uma coligação dos principais sindicatos do país e dos maiores grupos ambientalistas.
A princípio, nossa proposta era para o investimento de 300 mil milhões de dólares nas energias renováveis.
Consequentemente, a ideia não era só impedir a alteração climática, também queríamos criar milhões de novos empregos num setor de alta tecnologia e de crescimento muito rápido.
Em seguida, nossos esforços foram compensados em 2007, quando Barack Obama, na altura candidato a presidente, apoiou a nossa visão. Entre 2009 e 2015.
Os EUA investiram 150 milhões de dólares em energias renováveis e noutras tecnologias limpas.
Mas começamos logo a encontrar problemas. Primeiro, a eletricidade dos painéis solares nos telhados acaba por ser duas vezes mais cara do que a eletricidade dos parques solares.
Parques Solares.
Seja como for, os parques solares como os eólicos exigem a ocupação de uma porção significativa de terreno com os painéis solares e as turbinas eólicas se também a criação de grandes linhas de transmissão para transportar essa eletricidade do campo para a cidade.
As comunidades locais opunham-se com frequência a estas duas coisas se os biólogos da conservação também porque se preocupavam com os impactos sobre as espécies de aves selvagens e de outros animais.
Entretanto, havia muitas outras pessoas para trabalhar em soluções técnicas, naquela época. Um dos grandes problemas é a intermitência do sol e do vento.
Só geram eletricidade cerca de 10 a 30% do tempo, durante a maior parte do ano.
Mas algumas das soluções propostas eram transformar as barragens hidroelétricas em baterias gigantes.
A ideia era que, quando o sol brilhasse e o vento soprasse, se produzisse eletricidade, para ser guardada e usada em um momento mais oportuno.
Portanto, quando a eletricidade fosse necessária, punham-se as turbinas em trabalho. Em termos de vida selvagem, alguns desses problemas não pareciam de grande preocupação.
Os perigos das turbinas eólicas.
Por isso, quando soube que os gatos domésticos matavam milhares de milhões de aves por ano, comparei isso com as centenas de milhares de aves que morrem devido às turbinas eólicas.
Naquela época, parecia-me que a maioria, senão todos os problemas em aumentar a energia solar e eólica podia ser resolvida com mais inovações tecnológicas.
Mas, à medida que os anos iam passando, esses problemas persistiam e, em muitos casos, iam piorando.
Empenho.
A Califórnia é um estado empenhado nas energias renováveis, mas ainda não conseguimos transformar muitas das nossas barragens hidroelétricas sem grandes baterias. Alguns dos problemas são apenas geográficos.
É preciso ter um tipo de formação muito especial para fazer isso. Mas, mesmo nestes casos, é muito dispendioso fazer essa conversão. Outro problema é haver outras utilizações para a água, como a irrigação.
E, talvez o problema mais significativo, é que, na Califórnia, a água dos rios e dos reservatórios é cada vez mais escassa e pouco confiável devido principalmente à alteração climática.
Em consequência da falta de fiabilidade, tivemos de deixar de enviar para as cidades a eletricidade produzida nas centrais solares porque, por vezes, é em quantidade demasiada.
Alternativas.
Ou começamos a pagar aos estados vizinhos, como o Arizona, para receberem essa eletricidade solar.
A alternativa é suspender o funcionamento da rede. Acontece que, no que se refere a aves e gatos— os gatos não matam águias, são as águias que matam gatos.
Os gatos matam pequenos pardais, gaios e piscos, aves que não estão ameaçadas nem em risco de extinção.
O que mata as águias e outras grandes aves, como este papagaio, ou mochos e condores e outras espécies ameaçadas ou em perigo de extinção, são as turbinas eólicas.
Portanto, é uma das maiores ameaças para essas espécies de grandes aves. Temos vindo a introduzir no espaço aéreo muitos outros objetos, como as turbinas eólicas, nos últimos anos.
Em termos de energia solar, construir um parque solar é como construir qualquer outro tipo de parque. Temos de limpar toda a área da vida selvagem. Isto é uma imagem de um terço de um dos maiores parques solares na Califórnia, chamado Ivanpah.
Em consequência, para construir isto, tivemos de limpar toda a área das tartarugas do deserto, arrancando das suas tocas as tartarugas do deserto e as suas crias, colocando-as em grandes camionetes e transportando-as para cativeiro, onde muitas delas acabaram por morrer.
Ainda sim, as estimativas atuais são que morrem cerca de 6000 aves por ano queimadas no parque solar e mergulhando para a morte.
Confiabilidade.
Com o tempo, fui ficando chocado por não haver nenhuma inovação tecnológica que fizesse o sol brilhar mais regular mente ou o vento soprar de modo mais fiável.
Podíamos fazer painéis solares mais barato se podíamos fazer turbinas eólicas maiores, mas a luz solar e o vento são combustíveis diluídos e, para produzir quantidades significativas de eletricidade, teríamos de cobrir uma enorme superfície de terreno.
Por outras palavras, todos os principais problemas com as energias renováveis não são técnicos, são naturais. Gerir esta falta de confiabilidade e os grandes impactos ambientais obviamente traduz-se num custo econômico muito alto.
Temos ouvido falar muito da baixa de preços, nos últimos anos, dos painéis solares e das turbinas eólicas, mas esse custo tem sido ultrapassado significativamente pelos problemas de integrar toda esta energia pouco fiável numa rede.
Efeito borboleta.
Reparem, por exemplo, o que aconteceu na Califórnia. Quando os painéis solares e as turbinas eólicas começaram a baixar de preço, muito significativamente, vimos subir o preço da eletricidade cinco vezes mais do que no resto do país.
Mas isto não aconteceu só conosco. Vimos acontecer o mesmo fenómeno na Alemanha que é o líder mundial das tecnologias solar, eólica e de outras energias renováveis.
Os preços deles aumentaram 50% durante o grande impulso para a energia renovável. Vocês podem estar a pensar: “Resolver a alteração climática vai exigir que paguemos mais pela energia”.
Usinas nucleares.
Era o que eu costumava pensar. Mas considerem o caso da França. A França recebe hoje duas vezes mais eletricidade de fontes limpas com zero emissões do que a Alemanha, contudo, a França paga quase metade pela sua eletricidade.
Afinal, como isso é possível? Provavelmente, já sabem a resposta. A França recebe a maior parte da eletricidade a partir da energia nuclear — cerca de 75% do total.
A energia nuclear acaba por ser muito mais confiável, gerando energia 24 horas por dia, sete dias por semana, durante quase 90% do ano. Vemos este fenômeno a um nível global.
Por exemplo, tem havido uma experiência natural ao longo dos últimos 40 anos, talvez mais do que isso, em termos da implantação da energia nuclear e solar.
Contudo, a um custo um pouco mais alto, recebemos metade da eletricidade da energia solar e eólica do que recebíamos da energia nuclear.
O que significa isto para o futuro? Penso que uma das descobertas mais significativas até à data é esta. Se a Alemanha tivesse gasto 580 mil milhões de dólares na energia nuclear em vez das energias renováveis.
Já estaria recebendo 100% da sua eletricidade a partir de fontes de energia limpa e do transporte de toda a sua energia.
Segurança e poluição
Vocês devem pensar e é razoável perguntar: “A energia nuclear é segura? O que fazemos com os resíduos? São perguntas muito razoáveis. Já se têm feito estudos científicos sobre isso, há mais de 40 anos.
Este é o estudo mais recente que foi feito pela prestigiada revista médica britânica Lancet. Conclui que a energia nuclear é a mais segura e é fácil perceber porquê.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, morrem 7 milhões de pessoas por ano, devido à poluição do ar.
Apesar disso, as centrais nucleares não emitem poluição. O cientista climático James Hansen estudou isso. Calculou que a energia nuclear já salvou quase dois milhões de vidas até hoje.
O real perigo.
Acontece que a energia eólica ainda é mais mortal do que a nuclear. Basta buscar os indicadores.
E quanto ao impacto ambiental? Penso que uma forma simples de pensar nisso é que o urânio, que é o combustível usado nas centrais nucleares é muito denso em energia.
Uma quantidade de urânio do tamanho de umcubo de mágico pode fornecer toda a energia de que precisamos toda a vida.
Em consequência, não precisamos de muita terra para produzir uma quantidade significativa de eletricidade.
Aqui podemos comparar o parque solar de que falei há bocado, o Ivanpah, com a última central nuclear da Califórnia, Diablo Canyon.
Desafios
Ocupa 450 vezes mais espaço para gerar a mesma quantidade de eletricidade que a produzida pela central nuclear.
Precisaremos de mais 17 parques solares, como o Ivanpah, para gerar o mesmo resultado da central Diablo Canyon que, claro, seria pouco fiável. E quanto à mineração e ao desperdício e à capacidade material?
Isso também tem sido estudado muito atentamente e acontece que os painéis solares exigem 17 vezes mais materiais do que as centrais nucleares, sob a forma de cimento, de vidro, de betão, de aço, incluindo todo o combustível usado para as centrais nucleares.
A consequência é que, no final, não há muito desperdício nas centrais nucleares. Todos os desperdícios do programa nuclear suíço cabem naquela sala.
Os desperdícios nucleares são os únicos desperdícios da produção de eletricidade que são guardados em segurança.
Todas as outras formas de produzir eletricidade emitem os seus desperdícios para o ambiente natural, quer sob a forma de poluição ou de desperdícios materiais.
Temos a tendência de pensar que os painéis solares são limpos, mas a verdade é que não há nenhum plano futuro para lidar com os painéis solares no final da vida deles, de 20 a 25 anos.
Lixo tóxico
Muitos especialistas estão preocupados porque os painéis solares vão acabar por serem enviados para países pobres em África ou na Ásia tal como os restos dos desperdícios eletrônicos, para serem desmontados, expondo as pessoas a elementos com um alto nível de toxicidade, incluindo o chumbo, o cádmio e o crómio, cuja toxicidade, enquanto elementos, nunca diminui com o tempo.
Penso que temos um sentimento intuitivo de que a energia nuclear é, de facto, uma poderosa fonte de energia e que a luz solar é diluída, difusa e fraca e é por isso que temos de espalhar coletores solares ou coletores eólicos numa tão grande superfície terrestre.
Distopia.
Talvez por isso ninguém se admirou quando, no recente “remake” da ficção científica Blade Runner, o filme começa com uma cena distópica muito sombria em que os desertos da Califórnia estavam totalmente cobertos de parques solares.
Tudo isto sugere uma pergunta muito desconfortável, na tentativa de salvar o clima, estamos destruindo o ambiente?
O interessante é que, durante centenas de anos, os seres humanos têm tentado passar dos combustíveis densos em matéria para os combustíveis densos em energia.
Ou seja, da madeira e do esterco para o carvão, o petróleo, o gás natural e o urânio. É um fenômeno que ocorre há muito tempo.
Os países pobres ao nível mundial ainda estão no processo de abandonarem a madeira e o esterco, enquanto energias primárias.
Recuperação.
No geral, isso é uma coisa positiva. Quando deixamos de usar a madeira como principal combustível, deixamos que as florestas renasçam e a vida selvagem recupere.
Se deixarmos de queimar madeira em casa, deixamos de respirar ar tóxico. Quando passamos do carvão para o gás natural e o urânio, como principais fontes de energia, há a possibilidade de eliminar a poluição do ar.
Só há um problema com a energia nuclear. Embora fosse muito aplaudida a mudança de fontes de energia sujas para outras mais limpas, de fontes de energia difusas para fontes de energia densa, a nuclear tornou-se impopular por razões históricas.
Em consequência disso, no passado, muitas pessoas diziam. Para resolver o problema da alteração climática, “vamos precisar de uma categoria de energia limpa diferente da que temos”.
O problema é que isso não é verdade. Lembram-se que eu referi a França há bocado, que obtém a maior parte da sua eletricidade da energia nuclear.
Se a França quisesse aumentar a energia solar e eólica, de modo significativo, também teria de reduzir a eletricidade que obtém da energia nuclear.
Isso porque, para compensar a enorme variabilidade na rede solar e eólica, teria de queimar muito mais gás natural.
Pensem nisso. É muito difícil aumentar e diminuir uma central nuclear enquanto todos sabemos aumentar e diminuir o gás natural do nosso fogão. Um processo semelhante funciona na rede.
Claro que as companhias de petróleo e de gás compreendem isso muito bem e é por isso que vemos que investem milhões de dólares nos últimos anos a promoverem a energia solar e eólica.
Isto sugere outra pergunta difícil: Nos locais onde estamos usando muita energia nuclear— metade da rede é sobretudo nuclear e hidroelétrica —passar para a solar e eólica e outras renováveis aumentaria as emissões de carbono.
Eficiência
De fato, a melhor alternativa é dizer a verdade. É o que muitos cientistas têm feito. Já referi há boca do que centenas de milhares de aves morrem todos os anos, devido às turbinas eólicas.
Mas o que não referi é que um milhão de morcegos, no mínimo, morrem todos os anos devido às eólicas. A consequência é que os cientistas de morcegos têm protestado contra isso.
Analogamente, a espécie de morcegos, o Lasiurus Cinereus, que é uma espécie de morcegos migratórios, está em risco de extinção, devido à significativa expansão dos parques eólicos.
Não só dos parques eólicos, também dos parques solares. Os cientistas envolvidos na criação do parque solar Ivanpah e também envolvidos na limpeza desse território, têm protestado.
Nesse meio tempo, houve uma fuga, foi equivalente a colocar 500 000 carros na estrada. Atualmente, na Alemanha, há manifestantes tentando boicotar um novo projeto de exploração de carvão.
Que envolveria a destruição da antiga floresta Hanpara extrair o carvão que está por baixo dela tudo na tentativa de suprimir a energia nuclear e expandir a solar e eólica.
O que importa de fato.
Penso que, felizmente, as pessoas ainda se preocupam com a Natureza. Vimos, no ano passado, na Coreia do Sul um júri de cidadãos deliberar, durante meses, pesando estes diversos problemas.
Tiveram de decidir se iam suprimir a energia nuclear ou mantê-la e expandi-la.
Começaram com 40% a favor da expansão da energia nuclear, mas, ao fim de vários meses, e considerando os problemas, acabaram por votar 60% a favor da expansão nuclear.
Um fenómeno semelhante aconteceu, na semana passada, no Arizona. Foi feita uma sondagem para saber se sim ou não deviam continuar com a energia nuclear ou suprimi-la e tentar substituí-la por gás natural e energia solar.
Acabaram por rejeitá-la 80 contra 30. Mesmo na Europa, vimos que a Holanda é um dos primeiros países de recente memória a anunciar, como fizeram na semana passada, que vão começar a aumentar a sua confiança na energia nuclear.
Sob o mesmo ponto de vista e reconhecendo que não há outra forma de gerar quantidades significativas de energia a partir do sol e do vento para atingirem as suas metas climáticas.
Penso que é natural que quem estiver preocupado com a alteração climática, um problema de tal dimensão, defenda soluções realmente românticas, como harmonizar a civilização humana com o mundo natural, usando energias renováveis.
Conclusão e futuro
Mas penso que também é compreensível que, à medida que observamos fatos muitos de nós tenhamos começado a questionar nossas crenças anteriores e a mudar de ideias.
Para mim, o problema agora é este. Agora que sabemos que as renováveis não podem salvar o planeta, vamos continuar destruí-lo?
Mas qual o porquê desse texto tão extenso, e em um site que acredita na energia solar? Simples, porque acreditamos na tecnologia, no poder em que homem tem, quando tem desafios.
A grande virada, será quando tivermos, em um não distante futuro, painéis solares, que ultrapassem a barreira dos 70%, 80% de eficiência.
Atualmente os painéis solares comerciais, tem por volta de 20% de eficiência, mas alguns testes já o levam para incríveis 35%, além de outros incríveis avanços.
Mas mesmo assim, você que instala uma solução solar em sua residência, comercio, indústria, você tem contribui com algo que não mencionamos aqui, pois o texto se refere basicamente a escalas muito maiores de geração e fornecimento de energia.
Pra felicidade e fechamento desse post, você sim, pode e deve seguir o caminho da energia solar, pois por inúmeros que sejam as vantagens você tem na sua casa, um espaço praticamente morto, o seu telhado.
Em outras, palavras, telhado sem placa solar, não produz absolutamente nada.
Venha conosco, nessa empolgante viagem.