Na Austrália, estão sendo iniciados projetos para a construção e operação de várias baterias com capacidade de 5 MW e duração de duas horas. O objetivo é suprir uma lacuna importante entre o armazenamento de energia em residências e as grandes baterias que operam em escala de rede.
Essas iniciativas visam melhorar a rede elétrica, especialmente em áreas onde a geração de energia solar em telhados está crescendo. Com essas baterias comunitárias, a Austrália espera otimizar o uso da energia solar e garantir que a energia gerada seja aproveitada de maneira eficiente, beneficiando assim a população e o sistema energético local.
Projeto de baterias de armazenamento de energia
O portfólio composto por 27 sistemas de baterias para armazenamento de energia em distribuição foi revelado recentemente pela Sustainable Energy Infrastructure (SEI) e a Acenergy (ACE). Este projeto visa instalar um total de 135 MW/270 MWh de capacidade de armazenamento em três estados.
A primeira fase inaugural inclui a construção de sete baterias, cada uma com 5 MW de potência e duas horas de duração. Essas baterias serão integradas à rede regional de Victoria, administrada pela Powercor. A cerimônia oficial de lançamento aconteceu em Tongala, Victoria, marcando um avanço significativo na implementação desse projeto inovador.
Vantagens das baterias de tamanho médio
As baterias de tamanho médio, instaladas próximas ao medidor, apresentam benefícios significativos para as redes de distribuição. Elas ajudam a resolver os desafios relacionados ao aumento da energia solar nos telhados.
Essas baterias trabalham da seguinte forma:
- Armazenamento de energia: Capturam o excesso de energia solar durante o dia.
- Descarregamento noturno: Liberam essa energia na rede à noite.
Com essa estratégia, espera-se que o custo da energia durante os períodos de pico noturno se torne mais acessível para todos, não apenas para aqueles com sistemas solares instalados. Esta abordagem promove uma melhor eficiência na utilização da energia renovável.
Desafios e gestão de ativos
A complexidade na construção e posse de ativos energéticos comunitários envolve várias questões. É necessário definir como esses ativos são geridos e monetizados, garantindo que os consumidores se beneficiem com contas de energia mais acessíveis. Além disso, a posição das empresas monopolistas de rede em relação a esse novo sistema é um fator importante a ser considerado.
Companhias de distribuição, como a Powercor, enfrentam limitações em desenvolver baterias em suas próprias redes. Isso se deve a regulamentações que exigem separação, embora exceções tenham sido feitas recentemente para testes financiados pela Arena.
Apesar disso, essas operadoras afirmam que possuem uma vantagem para a implementação dessas soluções. Elas têm o conhecimento necessário para identificar os melhores locais para a instalação de baterias e acesso facilitado a infraestruturas e ativos já existentes.
A instalação de baterias pode também prevenir futuras atualizações de infraestrutura dispendiosas, o que reduziria os custos associados à rede nas contas de energia dos consumidores. Com isso, todos se beneficiariam. Além disso, as empresas de rede sustentam que podem avançar com esses projetos de forma mais ágil do que desenvolvedores de grandes instalações de baterias.
Este fator é crucial, especialmente considerando que a capacidade de energia solar instalada nos telhados deve aumentar significativamente, podendo chegar a 86 GW até 2050, criando uma demanda urgente por soluções de armazenamento de energia.
Propriedade e operação das baterias
Nos estados de Queensland e Austrália Ocidental, as empresas de rede são operadas pelo governo e já estão fazendo progresso na implementação de soluções energéticas. Além disso, existe um forte apelo para que as baterias comunitárias sejam realmente de propriedade da comunidade. Este modelo beneficia tanto os lares que não têm a capacidade de armazenar o excesso de energia solar quanto aqueles que não podem instalar painéis solares.
A instalação dos Sistemas de Armazenamento de Energia com Baterias (DBESSs) está sendo promovida por desenvolvedores e investidores de energia limpa. Um exemplo notável é a ACEnergy, uma empresa que se especializa no desenvolvimento e entrega de ativos de energia renovável em escala média. Este foco na criação de projetos em redes de distribuição é um elemento chave para suas operações.
ACEnergy demonstra grande confiança em sua capacidade de executar esses projetos devido à sua vasta experiência em várias regiões da Austrália. A colaboração entre ACEnergy e SEI destaca uma estratégia evidente de construir associações duradouras. Essa abordagem visa garantir uma criação de valor robusta por meio da identificação de oportunidades de crescimento.
Os executivos da ACEnergy e SEI compartilham um objetivo comum: apoiar a transição energética da Austrália. Eles reconhecem a importância de garantir que as comunidades locais se beneficiem de soluções de energia que promovam estabilidade e sustentabilidade. As iniciativas dessas empresas refletem uma clara intenção de fortalecer o sistema energético do país.
Instalação e gestão das baterias
A ACLE Services lidera a construção do portfólio DBESS, sendo responsável pela Engenharia, Aquisição e Construção (EPC) de um projeto que inclui 20 baterias na fase dois, totalizando 100 MW/200 MWh a serem instaladas em Victoria, na Austrália do Sul, e Nova Gales do Sul.
A implementação dos sistemas de baterias está programada para ocorrer de forma gradual até julho de 2025. Após a instalação, a ACLE também será responsável pela operação e gestão das baterias através de um contrato de Operação e Manutenção (O&M) a longo prazo.
A dedicação da ACLE é fornecer a infraestrutura energética crítica que o país necessita, dentro dos prazos e orçamentos estabelecidos. O compromisso em contribuir significativamente para a transição para fontes renováveis da Austrália é um pilar fundamental do projeto, assim como a garantia de sustentabilidade por meio de uma infraestrutura de armazenamento sólida. Essa abordagem reflete o histórico de sucesso da empresa no setor.
