Se você deseja reduzir sua pegada de carbono ou economizar dinheiro em sua conta de eletricidade, a energia solar é uma ótima opção. As células solares convertem a luz e outras formas de radiação eletromagnética em eletricidade.
Entretanto, o que acontece quando o sol se põe? Uma fonte de luz artificial pode carregar uma célula solar?
Para explicar por que não, vamos entender primeiro como os painéis solares capturam a luz.
Pode ser surpreendente, mas tecnicamente sim.
Luzes artificiais intensas, além da luz solar, podem carregar os painéis solares, desde que sejam suficientemente intensas.
A luz que pode ser convertida em energia solar depende de uma certa faixa de comprimentos de onda de luz, presente tanto na luz solar direta quanto na luz artificial.
NO ENTANTO, e acredito que você suspeitava que isso ia acontecer, a tecnologia atual de células solares não pode converter efetivamente a luz artificial em uma quantidade útil de eletricidade.
Por questões de eficiência ao extremo, os fabricantes constroem o painel solar com o máximo possível de componentes voltados para captação específica da luz proveniente do sol. Quando a luz incide sobre uma célula fotovoltaica, ou célula solar, esta pode refleti-la, absorvê-la ou deixá-la passar por si.
O material semicondutor compõe a célula fotovoltaica. Quando a luz incide sobre o semicondutor, este absorve a energia luminosa e a transfere para partículas carregadas negativamente no material, conhecidas como elétrons.
A energia adicional possibilita que os elétrons percorram o material gerando uma corrente elétrica. Contatos metálicos condutores, as linhas em forma de grade de uma célula solar, extraem essa corrente, que pode ser utilizada para alimentar sua casa.
A eficiência de uma célula solar é determinada pela quantidade de energia que ela pode extrair da fonte de luz. Isso depende em grande parte das características da luz, como sua intensidade e comprimentos de onda.
Comprimentos de onda mais longos têm menos energia e comprimentos de onda mais curtos têm mais.
O “bandgap” de um semicondutor fotovoltaico é uma característica chave que determina quais comprimentos de onda de luz ele pode absorver e converter em energia.
Isso resulta em uma faixa limitada de comprimentos de onda, com a célula ignorando o mais longo e o mais curto.Se o “bandgap” do semicondutor corresponder aos comprimentos de onda da luz que atinge a célula fotovoltaica, a célula fotovoltaica pode usar eficientemente a energia disponível.
As células solares foram especialmente concebidas para absorver a luz solar. Além disso, possuem a capacidade de captar de maneira suave a luz artificial. Esse processo é fundamental para a geração de energia a partir de fontes luminosas diversas. É importante destacar que a eficiência da captação pode variar conforme a intensidade e o espectro da luz, sendo a luz solar a mais potente e eficaz.
Essa flexibilidade na captação de diferentes fontes luminosas amplia a versatilidade de aplicação das células solares. Podem ser utilizadas em uma variedade de ambientes e condições de iluminação, tornando-as uma solução viável mesmo em locais com menor exposição direta à luz solar.
Ademais, é interessante ressaltar que o processo de captação da luz artificial complementa a produção de energia, garantindo um fornecimento contínuo e confiável. Isso significa que, mesmo em condições de baixa luminosidade natural, as células solares continuam a desempenhar um papel crucial na geração de eletricidade.
Uma célula solar de silício padrão responde à maioria das partes visíveis do espectro de luz do sol, cerca de metade da luz infravermelha e parte ultravioleta (mas não muito, tornando a ultravioleta uma das menos eficientes para carregar uma luz solar).
As células solares funcionam coletando comprimentos de onda de luz e convertendo-os em eletricidade usando tecnologia de semicondutores colocada atrás de uma camada de vidro revestida com materiais antirreflexo.
Isso permite que a luz solar alcance os semicondutores nas células solares de forma eficiente.
Dentro da célula solar existem duas camadas de semicondutores, que consistem em dois tipos de materiais:
Na parte de trás do painel solar, a célula solar contém um eletrodo abaixo do semicondutor do tipo P funcionando em paralelo com a rede metálica da célula solar para criar uma corrente elétrica. Outra camada reflexiva é então colocada atrás dela.
Embora os painéis solares possam variar um pouco na composição do material e na disposição do design, essa configuração fundamental é o que todos os painéis solares usam para conduzir a luz solar e gerar eletricidade.
Contanto que a luz artificial em questão emita os mesmos tipos de comprimentos de onda de luz presentes na luz solar, a célula solar será capaz de coletar eletricidade dessa luz exatamente da mesma maneira que faria na luz solar direta.
Quando a luz artificial atinge as células solares, essas podem refleti-la, absorvê-la ou deixá-la passar diretamente por elas.
Para gerar o máximo de energia possível, as células solares buscam reduzir a quantidade de luz que passa ou é refletida por elas. Por essa razão, são projetadas com características peculiares:
Embora até agora seja tecnologicamente impossível recriar uma rede de energia solar que absorva 100% da luz que a atinge, os cientistas da energia estão se aproximando cada vez mais desse nível de eficiência com a criação de novos materiais de construção e novas tecnologias.
As células solares absorvem mais luz e desperdiçam menos no esforço, o que resulta na geração de mais eletricidade a partir de cada painel solar. Isso, por sua vez, reduz os custos de consumo de energia, aproximando-os cada vez mais de zero, descontando o investimento inicial em equipamentos.
Como as fontes de luz artificial, como lâmpadas incandescentes e fluorescentes, imitam o espectro do sol, elas podem carregar células solares até certo ponto e até mesmo alimentar pequenos dispositivos como calculadoras e relógios.
No entanto, as luzes artificiais nunca podem carregar uma célula solar de forma tão eficaz quanto a luz solar direta. Isso se deve a uma série de fatores:
Em suma, não há razão eficiente ou lógica para tentar alimentar células solares com luz artificial.
Nenhuma luz artificial pode imitar a força e o brilho dos verdadeiros raios do sol, e certamente não no nível necessário para funcionar com eficiência.
Assim como você não se incomodaria em usar uma vela para cozinhar sua comida (a menos que você esteja em uma dieta de fondue), você estaria literalmente desperdiçando seu tempo e energia tentando carregar seus painéis solares com luz artificial. Interessante, não?!
Em outras palavras, vamos ao encontro do movimento perpetuo, algo que sabidamente não existe, tudo precisa de energia pra transformar em energia.
Para maximizar a geração e o consumo de energia solar em condições de luz solar limitada ou inexistente, considerar a instalação de painéis solares de alta eficiência e uma bateria solar para armazenar a eletricidade gerada. Isso permitirá o uso posterior durante a noite ou em dias nublados.
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Aqui na empresa usamos painéis solares e surgiu a ideia de usar lâmpadas de LED a noite para que eles continuem gerando energia, mas pelos eu texto aqui não vale a pena, inclusive pq pelo que entendi as placas foram desenvolvidas para receber energia solar e não artificial, confere?
Olá Marcos,
Sim, exato. A matéria tem apenas um aspecto de curiosidade.
Eu tenho 8 painéis solares que me geram 220Kw mesb e a ideia era colocar lâmpadas que são carregadas com energia solar para iluminarem os painéis a noite ?
Oi Eduardo,
Não funciona bem assim. Na verdade, a matéria é um pouco mais relacionada as possibilidades (curiosidade), mas não é algo que seja autossuficiente. O que poderia um dia ser factível são os painéis antissolares, esse sim são mais para esse tipo de aplicação "captar energia a noite". Você pode ver um pouco desse assunto aqui: Paineis Antissolares
Espero que nós tenhamos ajudado você a entender um pouco melhor esse tema.
Abs.
Por gentileza, qual a frequência que sao eficientes, que ativam os eletrons nas placas solares.
Obs: Seria as Luz visível, Infra-Vermelho ou Ultra-Violetas.
E qual seria, o comprimento da onda mais eficiente, para o sistema fotovoltaico, tornando a radiação solar, mais aproveitada e com mais EFICIÊNCIA.
Att
Eduardo
Olá José Eduardo,
Não somos especialistas aprofundados nesse tema, escrevemos a matéria apenas para abordar tais possibilidades, pois se trata de um tema bastante técnico/cientifico.
Porém e no geral, os painéis solares são mais eficientes na absorção de luz solar na faixa de comprimentos de onda visíveis, ou seja, variando de aproximadamente 400 a 700 nanômetros (podendo chegar até os 1100nm). Esta faixa inclui um pouco de luz violeta (com comprimento de onda de cerca de 380 nm) até luz vermelha (com comprimento de onda de cerca de 750 nm). É importante notar que as células solares de silício, sendo a matéria-prima da esmagadora maioria dos painéis atualmente, absorvem luz na região do infravermelho muito próximo.
Há um pouco mais de material interessante nesses sites:
https://shopsolarkits.com/blogs/learning-center/what-wavelength-do-solar-panels-use
https://sciencing.com/effect-wavelength-photovoltaic-cells-6957.html
A minha idéia foi de usar aquelas luzes de laser, tipo aquelas canetas de apresentação que nossos pais diziam que se apontar aos olhos cegariam a pessoa, por conta disso acredito que seja uma luz forte essas luzes laser, se apontarmos ajudaria na geração de energia, ou então poderiam danificar as placas fotovoltaicas?
Olá,
É um tema um pouco mais complexo, os painéis solares são construídos para trabalharem em um espectro de luz especifico. Os painéis solares modernos são otimizados para capturar uma ampla gama do espectro solar, mas ainda há perdas de conversão associadas a comprimentos de onda que não correspondem ao "bandgap" do material semicondutor, que é a energia necessária para "libertar" um elétron e criar uma corrente elétrica. Pesquisas estão em andamento para desenvolver materiais e tecnologias que possam capturar uma faixa ainda maior do espectro solar e converter mais eficientemente essa energia em eletricidade.
Não temos clareza em relação a danificar ou não o painel.
Olá
Minha ideia era utilizar um painel solar flexível que vi em um site, do tamanho desses protetores de sol, no para-brisas de meu carro que fica muito tempo parado na garagem do condomínio, para manter a bateria carregada usando as luzes da garagem que ficam frequentemente acessas
Olá Martiliano,
Sim, de modo geral é muito pouco energia/área com somente a área do para-brisa. Seguindo um pouco a linha da resposta acima, os painéis solares são construídos para trabalharem em um espectro de luz especifico. De qualquer forma, existem pesquisas em andamento para desenvolver materiais e tecnologias que possam capturar uma faixa ainda maior do espectro solar e converter mais eficientemente essa energia "desperdiçada" em eletricidade.